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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Outros acontecimentos em 1192


  • Setembro,14-Concessão duma importância de 400 morabitinos a Santa Cruz de Coimbra para bolsa de estudo em França.
Desde o princípio da nacionalidade que Portugal se relacionava culturalmente com escolas europeia devido á influência de Cluny e ao papel fundamental da Igreja nas trocas de ideias e conhecimentos entre pessoas.

O aparecimento de universidades faz de Bolonha desde 1140 um grande centro de Direito Romano e de Paris desde 1170 o mais importante centro para o estudo de Teologia e de Artes.

Está documentada essa doação por carta de D.Sancho I ao referido mosteiro para subsidiar os seus cónegos nos seus estudo nos Estudo Geral de Paris.

  • Concessão do foral a Penacova

O foral da Vila, foi concedido por D. Sancho I em 1192, (segundo diz Pinho Leal). Podendo-se afirmar, sem exagero, que é o documento mais importante da história de Penacova.

Como se sabe, os forais daquele tempo eram cartas nas quais o rei ou os senhores muito poderosos indicavam normas que regiam a justiça e a vida social das povoações que lhes pertenciam, além de concederem sempre, amplos privilégios e garantias aos moradores.

Assim se conseguia que as famílias se unissem e prendessem a determinada povoação, fixando residência e colaborando na sua defesa e progresso. E foi graças ao foral que Penacova cresceu, nesses tempos difíceis, porque antes, em data imprecisa mas situada na segunda metade do século XII, todos os antigos habitantes abandonavam a terra.

Não conhecemos as razões mas sabemos que foi isso que levou D. Sancho a conceder o foral.

Pero Pais da Maia regressa a Portugal

O cargo de alferes-mor, era na estrutura organizativa medieval, talvez o lugar mais importante, pelo menos no que à estrutura militar diz respeito. Na condução dos exércitos a sua responsabilidade situa-se imediatamente a seguir ao próprio rei.

É um lugar de extrema confiança e até 1169 e há mais de 20 anos, foi desempenhado por Pêro Pais da Maia, mas depois do desastre de Badajoz, naquela data, deixou de figurar na documentação régia de D.Afonso Henriques, para começar quase de imediato a aparecer na da corte de Leão.

Tal facto demonstrou com clareza que houve um desentendimento entre o rei e o seu alferes, em clara responsabilização a esse seu alferes pela ocorrência nefasta, como aliás se descreve neste post.

Note-se que o substituto de Pêro Pais da Maia, fora Fernando Afonso, meio irmão de D.Sancho I e curiosamente também de Pêro Pais da Maia, explicando melhor Fernando Afonso e era filho de D.Afonso Henriques e Chamôa Gomes. Pêro Pais da Maia, filho desta última e de Paio Soares Capata (da família da Maia) e o rei D.Sancho como já foi dito filho de D.Afonso Henriques e de D.Mafalda.

Ora Sancho não deve ter apreciado esta nomeação de seu pai, bem como a nobreza tradicional, que esperava a nomeação nas fileiras das suas casa senhoriais e não num filho bastardo do rei. Não há dados sobre as relações entre os dois irmãos, separados por cerca de 15 anos de diferença.

Fazendo jus aos seus reconhecidos dotes estratégicos, D.Afonso Henriques, contudo, também nomeou um alferes para o jovem herdeiro Sancho, que muito embora hierarquicamente fosse "inferior" ao alferes do Rei, o facto é que até ao fim da vida de D.Afonso Henriques coexistiram os dois alferes.

Na altura em que D.Sancho assume o poder o alferes do reino era Pedro Afonso que se manteve nesse cargo até Dezembro de 1189. Pêro Pais da Maia, regressa a Portugal, depois da morte de D.Afonso Henriques, aparentemente por ter cessado a má vontade e as críticas que Afonso Henriques lhe imputava