Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1198

  • Relações estragadas com a Santa Sé
No ainda curto reinado de Sancho I, até à morte de Celestino III em Janeiro do ano de 1198, se pode dizer que a coexistência com os 3 Papas que conhecera até então, tivesse havido qualquer tipo de querela, bem pelo contrário, como anteriormente se mostrou.

Celestino II até o havia louvado pelo apoios e privilégio que Sancho dera ao Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra e como se viu no post anterior o tinha favorecido com uma bula de cruzada na sua luta contra Afonso IX de Leão aliado dos "infiéis".
(
Inocêncio III)

Contudo por certo que o Papa, não ignorava que Sancho exorbitava internamente, nas suas relações com eclesiásticos, consagrando bispos a seu belo prazer ao mesmo tempo que interferia nas eternas questões que já herdara de seu pai entre Braga e Compostela bem como Santa Cruz e a Sé de Coimbra.

Digamos então que a situação política que se vivia da Península, condicionava a actuação desses Papas seus contemporâneos facilitando-lhes o desvio da atenção para outras questões prioritárias.


A ascensão de Inocêncio III à cadeira papal em 22 de Fevereiro de 1198, veio contudo modificar esse panorama, assumindo contornos opostos.


Giovanni Lotario di Segni era um cardeal oriundo dos arredores de Roma, de famílias abastadas de origem germânica, foi sempre um ortodoxo, um homem de rigor , mas sobretudo muito vigoroso que a sua eleição para Papa aos 37 anos deixariam antever.

Dedicou o seu pontificado à reforma moral da Igreja, à luta contra os heréticos e os infiéis, à afirmação dos ideais teocráticos, tendo pregado a 4ª cruzada e a falhada cruzada contra os cátaros.

Este rigor tornou-se extensivo à coroa portuguesa, de tal modo que a primeira missiva que enviou a Sancho, foi para lhe lembrar que desde a bula de Alexandre III datada de há 20 anos atrás, nunca mais Portugal se havia preocupado em pagar o censo acordado com a Santa Sé.


Sancho terá respondido que anteriormente havia enviado uma grande quantidade de dinheiro, que daria para pagar 10 anos de contribuição, mas o Papa respondeu-lhe que essa tinha sido uma contribuição extraordinária, que não invalidava a obrigação do pagamento anual.


Tinham então sido estragadas as relações com a Santa Sé, com tal início de pontificado que ainda por cima ia ser bem longo, desalinhado em longevidade, com o que havia acontecido nos 3 últimos "papados".

Muito embora apó o pagamento do senso devido ao Papa este tenha em Dezembro de 1198, enviado uma carta de protecção como sinal de recebimento.

O certo é que os restantes litígios internos acima referidos, que chegaram ao conhecimento do Papa, iriam dar continuidade à má relação como veremos de seguida.

  • Morte da Rainha D.Dulce, vitima de peste.Morreu em Coimbra e está sepultada no Mosteiro de Santa Cruz.

  • Combates fronteiriços contra os Leoneses nas regiões da Beira Alta e Trás-os-Montes, onde perderam a vida alguns dos mais importantes membros da nobreza portuguesa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Novas incursões na Galiza

Contrariando o acordo de Toredehumus de mutuo auxilio elaborado em 1194, entre Leão e Castela, logo em 1195, na sequência duma ofensiva almóada pela Andaluzia, numa batalha em Alarcos no dia 18 de Julho, o rei leonês não cumpriu o seu compromisso com Castela.

Mais do que isso aliou-se a Yacub al-Mansur e ao rei de Navarra, assumindo abertamente contra o Afonso VIII de Castela.

Essa atitude de Afonso IX, favoreceu os interesses de Sancho I, nas suas difíceis relações com o seu ex-genro, melhorando em contrapartida as que tinha com Castela e com o seu cunhado aragonês.

Desenhava-se nova guerra entre os reinos cristãos na Península, que diga-se viria favorecer sobretudo os interesses almóadas. Afonso II de Aragão terá por essa altura vindo a Coimbra apaziguar diferenças para evitar essa contenda, o que não sería de todo conseguida também porue morrereria em Abril de 1196

Naturalmente o papa não podia dar guarida a esta atitude do rei de Leão, que foi excomungado pelo papa Celestino III e aproveitada por Sancho para pedir em logo em Fevereiro de 1197 que fosse concedida uma bula com indulgências de cruzada para quem combater Afonso IX de Leão que de novo o papa concede, logo em Abril desse mesmo ano.

Esse facto e o prosseguimento das contendas entre Leão e Castela, envolvendo os respectivos aliados, veio proporcionar aos portugueses uma nova entrada na Galiza. território leonês como se sabe, tomando na Primavera de 1197, Pontevedra e Tuy, bem escudado na bula de Celestino III.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Esboço duma nova guerra com Leão

Só neste ano de 1194 afinal viria a concretizar-se a separação entre o rei Leonês Afonso IX e a filha de Sancho I, Teresa porque as condições na Península se tinha alterado e um aproximação a Castela, adquiria para Leão uma nova e atraente perspectiva.

A ofensiva almóada na Península, veio alertar todos os reinos cristão para a possibilidade de serem atacados

Ao contrário do sogro Afonso IX, mandou o seus enviados a Marraquexe para tratar de organizar tréguas com o califa por cinco anos, ao mesmo tempo que se aproximava do seu rival de Castela, afinal o único que mantinha nessa altura uma atitude expansionista e agressiva contra os almóadas, por toda a Andaluzia.

Essa aliança chegou em Abril, pelo Tratado de Tordehumus promovida pelo cardeal Gregório, o mesmo que veio a determinar a efectiva separação entre Teresa e Afonso IX.

As cláusulas da separação dos bens do casal deixavam Portugal, numa situação de inferioridade, reconhecia-se o direito à posse dos castelos de D.Teresa, mas obrigavam o Rei a praticamente prescindir deles, sob pena de Leão entrar em guerra.

O clima era tenso e prefigurava um tempo de guerra que não viria contudo a acontecer, pela pouca consistência do Tratado de Tordehumus , entre as duas referidas coroas Penínsulares e pelo papel sempre presente da acção almóada bastante agressiva. como se verá brevemente.