- Papa Celestino III autoriza o Rei de Portugal para conquistar território do Reino de Leão
excomungava Afonso IX de Leão e Pedro Fernandes por este criminoso procedimento, fazendo comuns aos que combatessem o príncipe leonês as indulgências concedidas aos que
guerreavam os muçulmanos em Espanha ou se alistavam para as cruzadas da Palestina.
Absolvia o papa, além disso, os súbditos daquele monarca, se persistisse em introduzir
os sarracenos nos seus domínios, da obediência que lhe era devida, e na bula
especialmente dirigida a Sancho I permitia a este que incorporasse na própria coroa tudo quanto pudesse tirar ao rei de Leão, fosse por que maneira fosse, sem que jamais ele tivesse direito a reivindicá-lo.
Assim, os reis de Castela, Portugal e Aragão obtinham contrapor à força material que dava ao seu adversário a temerosa aliança de Al-Manssor a força moral, porventura não menos eficaz, que lhes resultava das fulminantes declarações de Roma
Uma crónica daqueles tempos nos diz que em Fevereiro de 1196 o rei de Aragão viera a Coimbra para fazer pazes entre os cristãos. Terá sido Pedro II, então ainda infante, a visitar-nos, chamado dois meses depois ao trono por morte de Afonso II, falecido em Abril daquele ano, e a sua missão consistia provavelmente em unir o rei de Castela e o de Portugal, visto dever este separar-se do de Leão, com o qual se diz estivera até aí ligado contra Afonso VIII.
Sancho, saiu de novo de Coimbra para o Norte e foi cercar Tui, que se rendeu. Ou fosse efeito desta conquista ou da impressão que produziu a bula de Celestino, houve na Galiza quem quebrasse o preito de lealdade a Afonso IX e, se acreditarmos as crónicas nacionais, a invasão portuguesa estendeu-se muito além de Tui, submetendo-se, umas após outras, as vilas de Sampaio, Lobios e Pontevedra.
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